Esta semana estamos com uma convidada especial no Blog!
Neste texto Graça Vieira traz suas reflexões sobre a Roda de Conversa que conduziu sobre as contribuições da Arteterapia na sociedade do cansaço a partir da leitura de Byung-Chul Han. O evento foi realizado no dia 31 de março de 2025, iniciando o ciclo de Rodas de Conversa Criatividade, Sensibilidade e Afetos 2025.
Boa Leitura!
Por Graça Vieira
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banco de imagens do Canva. |
A roda de conversa sempre foi um espaço de
aprendizado coletivo. Os povos originários já se reuniam dessa forma para
discutirem os problemas da comunidade local e para compartilhar conhecimentos e
experiências. Na contemporaneidade temos a tecnologia que nos oportuniza as
rodas virtuais, uma forma de contornar a distância geográfica e manter o
compartilhamento de saberes. Assim foi a roda de conversa sobre a sociedade do
cansaço e as possíveis contribuições da Arteterapia nesse cenário.
O sul coreano Byung-Chul Han, professor de
Filosofia e Estudos Culturais na Universidade de Berlim, é autor de inúmeros
livros sobre a sociedade atual. Nesse encontro virtual conversamos sobre o
livro a “Sociedade do Cansaço” e a forma como a Arteterapia pode contribuir
nesse contexto.
O autor aponta uma sociedade hiperconectada e
hiperestimulada, resultando em crises de ansiedade e esgotamento. Ele descreve
o panorama da sociedade ocidental no século XXI, identificando as enfermidades
resultantes da pressão de desemprenho sistêmica encontrada na atualidade.
A sociedade de
desempenho é uma sociedade de autoexploração. O sujeito de desempenho explora a
si mesmo, até consumir-se completamente (burnout). (HAN, 2017, p. 101)
O grupo discutiu o estresse e a sensação de vazio
que podem surgir devido a uma vida excessivamente ocupada, e a necessidade de
estabelecer limites para que isso não aconteça. Também foi abordado o desafio
de sair de um sistema de trabalho abusivo e a transição para uma nova profissão
ou estilo de vida. Foi sinalizado o impacto das redes sociais na saúde mental e
no bem-estar, com a hiperconexão e pressão social estimuladas nesses espaços
virtuais.
Nessa roda de conversa ainda foi destacado o caso
feminino, no qual a pressão e as expectativas culturais e sociais ainda são
maiores, contribuindo para a sobrecarga de atividades na busca por um ótimo
desempenho, não apenas profissional, mas em todas as esferas da vida da mulher.
A Arteterapia surge como um contraponto nesse
cenário conturbado e exaustivo, oferecendo o exercício da contemplação, atenção
profunda e o resgate da singularidade por meio do processo criativo, inerente ao humano, mas
atualmente perdido pela dispersão e mudança de foco entre diversas atividades,
processos e fontes informativas da atualidade. A liberdade expressiva e
criativa auxilia na escuta de si e na autoconsciência, proporcionando um
caminho de resgate do centramento e equilíbrio em um mundo caótico.
Criatividade e
autoconhecimento estão intimamente relacionados. A arteterapia promove o
aparecimento e a conscientização da criatividade, facilitando, portanto, o
indivíduo alcançar a sua singularidade. (DINIZ, 2018, p.15)
A Arteterapia tem na sua essência a
transdisciplinaridade, portanto, espaços coletivos de aprendizados são locais
propícios para discutir temas afins, que auxiliem o fazer arteterapêutico. Que
venham mais rodas de conversas!
Queremos muito saber a sua opinião!
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Referências:
DINIZ,
Lígia. Arte linguagem da alma: Arteterapia e Psicologia Junguiana. Rio de
Janeiro: Wak Editora, 2018.
HAN,
Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
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