Por Sônia Leal de Souza.
O espaço seguro proporcionado ao paciente/cliente não só pode auxiliar na questão emocional, mas também no campo cognitivo tanto com relação à criatividade quanto à flexibilidade mental, habilidades cognitivas muito importantes em um mundo constantemente mutável e exigente em suas demandas. Aqueles que, em um setting arteterapêutico, experimentam a liberdade de criar têm chance de conseguir sair de suas formas e moldes fixos em que os hábitos foram determinando padrões de resposta aos estímulos do meio.
Assim, a criação propiciada pela Arteterapia pode encorajar o pensamento divergente, que é justamente a capacidade de gerar múltiplas soluções para um único problema – crucial para a criatividade e para a inovação. Experimentar materiais que não havia experimentado antes ou novas formas de utilizá-los abre campos mentais novos, novas conexões neurais que poderão se expandir para os comportamentos do cotidiano. Novas formas de agir, novas formas de se relacionar com o mundo e com aqueles que estão à sua volta.
Trabalhar com arte exige que o indivíduo perceba e manipule o espaço, os materiais em suas texturas/cores/formas e isto propicia uma melhoria de habilidades visuoespaciais essenciais na vida diária. Muitas vezes o arteterapeuta recebe relatos de que, após tal ou qual atividade, o paciente/cliente passou a perceber detalhes do seu cotidiano (cores, sons, formas, texturas, cheiros) que antes passavam despercebidos.
É comum também que a pessoa comece sua atividade na Arteterapia e vá passo a passo se concentrando e prestando atenção aos detalhes, à escolha das cores e das formas que utilizará, à maneira como manejará tal ou qual material. A prática artística promove em geral um estado de mindfulness ou flow, em que o indivíduo está completamente atento e focado, no momento presente, melhorando suas habilidades de atenção, foco e concentração.
Criar arte exige que sejam tomadas decisões sobre cores, formas, proporções, materiais, flexibilidades, pesos, texturas, enfim, sobre diversas etapas do processo de construção da obra (principalmente se encararmos algumas atividades arteterapêuticas como Modelagem, Mosaico, Construção 3D entre outras). Esse processo reforça a capacidade de avaliar uma situação, estabelecer um julgamento, tomar decisão, planejar sua ação, monitorar os procedimentos e resolver problemas. Estas são funções executivas ligadas ao córtex pré-frontal e exercitá-las conduz a um aprimoramento e reforço neuronal que pode gerar mudanças significativas na autonomia e independência deste paciente/cliente.
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Parabéns professora Sônia.
ResponderExcluirObrigada pelo seu comentário. Quem sabe ainda teremos mais textos dela por aqui. Qual seu nome?
ExcluirO curso de arte terapia é sensacional.
ResponderExcluirExcelente texto. A arteterapia é uma área maravilhosa e muito extensa, o aprendizado é constante. Agradeço por compartilharem seu conhecimento e experiências!
ResponderExcluirFico feliz em saber que curtiu o texto e espero que tenha colaborado nos seus estudos para a Arteterapia. Mas seu comentário entrou com anônimo. Queria saber seu nome!
ExcluirSim minha querida eu constato que o fazer artistico está profundamente conectado a minha forma de ser com possibilidade de uma visao diferente de aspectos que não eram percebidos,Olga Fabbri
ResponderExcluirOlga, que bom ver vc por aqui. O fazer artístico amplia nosso olhar para nós mesmas e para o mundo, nos mostrando, como vc escreveu, aspectos que ainda não eram percebidos. Obrigada pelo seu comentário.
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