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ARTETERAPIA: AUTENTICIDADE, CRIATIVIDADE E REABILITAÇÃO - Leitura Comentada [1]


por Flávia Hargreaves e Maria Cristina Resende.


O texto a seguir traz reflexões a partir da leitura e tradução [1] do livro Handbook of Art Therapy, de Cathy A. Malchioldi e faz parte de uma pequena série escrita em parceria com Maria Cristina de Resende em meados de 2020.

Meu primeiro contato com esta e outras publicações norte-americanas sobre a Arteterapia, foi em maio de 2016 [2] através da generosidade da Dra. Tânia Maria Netto, que me presenteou com nada menos que todo o seu material de estudo sobre o tema. 

O livro de Malchioldi traz uma coletânea de artigos de 32 autores, dividido em 5 partes: Art and Science of Art Therapy; Clinical Approaches to Art Therapy; Clinical Applications with Children and Adolescents; Clinical Applications with Adults; e Clinical Applications with Groups, Families and Couples.

Confesso que eu e Maria Cristina tentamos começar pelo início, mas nosso interesse pulou para a Parte IV: Clinical Applications with Adults, capítulo 21:  Art Therapy with Adults with Severe Mental Illness, de Susan Spaniol. E a este capítulo em particular vamos dedicar as nossas próximas 3 publicações deste blog: “Arteterapia: Autenticidade, Criatividade e Reabilitação”, “Arteterapia: fases do tratamento pós-crise”, e, por fim, “O papel do ateliê na Arteterapia – recuperando a identidade e a esperança”.

Boa leitura,

Flávia Hargreaves

Coordenadora dos projetos arte.para.terapia e ateliê.locus.


Handbook of Art Therapy – Leitura Comentada – Parte I

ARTETERAPIA: AUTENTICIDADE, CRIATIVIDADE E REABILITAÇÃO.

por Flávia Hargreaves e Maria Cristina de Resende

 Revisão: Erika Kohler

 

“A cada ano as vidas de cerca de 5 milhões de americanos e aqueles próximos a eles serão afetadas por uma severa e persistente doença mental que interfere com a habilidade de pensar, sentir, trabalhar e sustentar relacionamentos significativos. Essa frequente condição incapacitante inclui esquizofrenia, uma desordem mental que pode causar delírios e alucinações, e os mais severos casos de distúrbios depressivos, que inclui depressão maior e transtorno bipolar [...].” (SPANIOL).

 

A depressão e o transtorno bipolar são patologias que estão dentro do campo dos transtornos de humor, já a esquizofrenia pertence a classificação dos transtornos psicóticos. Os três quadros possuem graus de severidade e o diagnóstico depende da avaliação clínica que leva em conta a gravidade dos sintomas, a duração e a frequência com que eles aparecem ao longo da vida do indivíduo.

No Brasil, os dados (2020) epidemiológicos sobre depressão trazem o número de 15,5% da população com depressão, e segundo a OMS, na rede básica de atenção do SUS a prevalência de depressão é de 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico [3]. 

A depressão e os demais transtornos de humor, vem sendo um dos quadros da saúde mental que mais incapacitam indivíduos no Brasil e tem grande impacto na rede de saúde pública trazendo muita preocupação para os profissionais de saúde mental uma vez que, quando não tratados e acompanhados, podem levar o indivíduo ao suicídio [4].

 

“[...] Arteterapia com pessoas com doenças mentais severas pode ser um trabalho profundamente recompensador. Pode ser intensamente gratificante construir conexões interpessoais com quem tem se sentido completamente sozinho, prover esperança a essas pessoas que se sentem desesperançosas e guiá-las no uso de processos e ferramentas artísticas desenvolvendo uma noção de significado e propósito.” (SPANIOL).


Segundo a autora, há 3 condições necessárias para que os terapeutas se tornem mais confiantes e competentes no trabalho com pacientes com diagnóstico de doença mental grave: 1) Autenticidade; 2) Criatividade; 3) Reabilitação.


1.   Autenticidade: o entendimento que o relacionamento entre paciente e terapeuta é uma relação afetiva atravessada por ambas as partes, ainda que o terapeuta tenha consciência de seu lugar nesta relação. Ele acolhe o sofrimento do outro assim como suas potências e legitima sua existência para além de seu diagnóstico. Uma relação verdadeiramente empática.

 

2.    Criatividade: o engajamento do cliente no fazer artístico e no seu desenvolvimento criativo de modo que suas novas habilidades possam transpor as paredes do ateliê e auxiliar a pessoa na sua vida cotidiana, tornando-a mais rica e com significado. O arteterapeuta, por sua vez, precisa acreditar no benefício que o processo artístico promove na vida das pessoas com doenças mentais graves.

3.    Reabilitação: a possibilidade de reconstrução da vida para além da doença. Não se trata de suprimir sintomas ou o diagnóstico. É um olhar mais integral para o sujeito que possui outras características e possibilidades de se expressar na vida e não limitá-lo a sua condição de um paciente com doença mental grave.


AUTENTICIDADE

 

“Competências terapêuticas, conhecimento teórico e as próprias técnicas são requisitos para qualquer tratamento de sucesso. No trabalho com pessoas com doenças mentais severas, a atitude do terapeuta é até mais importante do que o que ela diz ou faz porque o engajamento autêntico e sincero com as pessoas, e os materiais artísticos por si só, são os elementos básicos de cura na arteterapia com esta população.

[...]

Terapeutas que são bem sucedidos com estes grupos são honestos, calorosos e ativos. Sua principal função é ser como um ser humano parceiro que não encara essas pessoas como pacientes mentais, mas como pessoas com doença mental que um dia tiveram sonhos e esperanças como eles.” (SPANIOL).

 

A relação autêntica entre o terapeuta e o paciente que a autora fala pode ser interpretada à partir da atitude “Eu-Você” descrito por Mario Jacobi em seu livro “Encontro Analítico”, onde ele descreve, a partir da Psicologia Analítica, que a relação transferencial e contratransferencial se torna uma relação autêntica quando o paciente deixa de ver seu terapeuta como um “Isso” - o objeto de suas projeções, medos e desejos - e passa a vê-lo como um Outro, ou “Você”, um sujeito que, como ele, esta ali também em desenvolvimento. Já para o terapeuta, ele deixa de ver seu paciente como “Isso” - objeto de seus estudos, pesquisa ou apenas um sujeito adoecido - e passa a enxergá-lo como um sujeito desejante, que está ali em desenvolvimento para além de sua condição clínica. Essa postura faz com que a relação se torne verdadeira, espontânea, capaz de promover uma potência afetiva, que pode levar o paciente a buscar outras relações autênticas, inclusive fora do ambiente terapêutico.

Mas para isso é importante que o terapeuta esteja consciente de seu lugar nesta relação e apropriado de seu saber técnico-teórico, porém atento para que quando estiver atuando com o outro possa deixar em suspenso suas técnicas e se perceber um humano diante de outro ser humano [5].

Também podemos pensar a “autenticidade” a partir do conceito de “afeto catalisador” proposto no Brasil pela Dra. Nise da Silveira (1905-1999). Na proposta de Sapniol o terapeuta tem um papel mais ativo, incentivando o cliente a trabalhar, conversando com ele, disponibilizando materiais, sugerindo atividades, incentivando trocas no grupo, etc. No caso do “afeto catalisador” o monitor é uma presença silenciosa e afetiva capaz de ser a ponte entre o cliente e o fazer artístico. Nos dois casos é fundamental um comprometimento sincero, com afeto e respeito, olhando o paciente não só como um doente, sendo capaz de enxergar um ser humano rico, criativo e capaz de encontrar na arte um meio de expressão.


CRIATIVIDADE

Retomando o tópico da relação terapêutica em arteterapia, a relação "Eu-Você" é somada a Imagem - material/processo/obra - que então nos fornece uma nova composição na relação terapêutica: a tríade "Eu - Imagem - Você". Embora a autora não trate desse aspecto da Arteterapia, ela defende a Criatividade como o engajamento autêntico e sincero com os materiais artísticos e este também pode ser entendido como um terceiro.

Como promover, então, este modelo de relação do cliente com os materiais que a autora propõe? Como sair da superficialidade do fazer por fazer ou do fazer quando solicitado? Vivenciando ativamente a profundidade do processo artístico no tratamento. Ele não precisa dominar todas as técnicas, mas é importante experimentar a diversidade dos materiais a ponto de se sentir confiante diante de algo novo e se manter curioso e interessado no processo que se desenrola no ateliê. Para apoiar nesta caminhada, ou neste mergulho, o terapeuta precisa ter intimidade com os materiais, se sentir à vontade criando um ambiente seguro para experimentações e descobertas. Esta atitude é contagiante e auxilia no processo de todo o grupo.


REABILITAÇÃO

 

“O termo ‘reabilitação’ tem sido usado de modo a incluir a experiência humana profunda de superação do sofrimento que qualquer um pode experimentar como doença, perdas, e traumas. Para pessoas com doenças mentais, sugere crescer além dos limites da doença para construir uma vida significativa, ainda quando a doença persistir. Reabilitação é um processo de autoconhecimento e transformação que capacita pessoas com doenças mentais a desenvolver vidas com dignidade e propósito.” (SPANIOL)

 

Embora a jornada de reabilitação de cada cliente seja única, os estudos descrevem um caminho principal que leva de uma sensação de estar oprimido pela doença, estar lutando contra a doença, estar vivendo com a doença, estar vivendo além da doença.” (SPANIOL)

 

Quando pensamos em reabilitação de um paciente, entramos em contato com nosso desejo narcísico da total extinção daquilo que causa adoecimento e sofrimento para ele. Entretanto, a recuperação efetiva de um paciente que apresente os quadros graves de depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia, não se dará ao nível da extinção da doença em si, mas da consciência de sua existência, de suas limitações e de toda a potência que habita a psique deste sujeito ultrapassando as fronteiras que a doença demarca.

Não se trata de enquadrá-lo numa “normalidade” de saúde ou de inserção social tal como se espera dentro deste estereótipo de normal. Mas ao invés disso, buscar sua singularidade dentro de todo o repertório que ele possui apesar de apresentar uma doença mental.

A doença mental não pode ser aquilo que define o sujeito, mas sim, uma marca na sua existência que demandará cuidados e manejos por parte dele e da equipe de profissionais que o redeiam. Por isso, a autora coloca o processo de recuperação em quatro etapas:

 

1. A opressão pela doença, que seria o sofrimento e a incapacitação que ela traz para o sujeito nos momentos de maior crise e gravidade ou diante da expectativa de uma “normalidade”.

2. Lutar contra a doença seria o momento em que há o desejo e a fantasia da supressão da doença, como numa guerra, onde haverá um vencedor e um perdedor. Aqui ainda há uma perspectiva de perda, de erro, de luto, diante da possibilidade de conviver com uma doença mental.

3. Conviver com a doença descreve a etapa em que o sujeito compreende que ele possui um transtorno mental e que este exigirá dele cuidado e atenção ao longo de sua vida.

4. Viver para além da doença é tomar consciência de que ela não define a qualidade de vida do sujeito, nem tampouco limita suas possibilidades criativas. É a etapa em que se olha para a saúde, fortalendo-a ao invés de apenas reforçar o aspecto da doença.

 

CONCLUINDO

Spaniol considera que o conhecimento dessas fases podem ajudar significativamente o terapeuta a criar planos de tratamento fundamentados na visão da recuperação orientada para o bem-estar. 

Se esta leitura colaborou para a sua prática profissional, despertou algo novo no seu olhar para o tratamento de pacientes com doenças mentais graves ou se você discorda do que acabou de ler, queremos saber a sua opinião! Você pode deixar seu comentário nesta publicação ou nos encaminhar por e.mail (arteparaterapia@gmail.com) para publicarmos aqui.

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[1] Traduzido com o auxílio do tradutor - www.DeepL.com/Translator,2020.

[2] Este encontro foi registrado no texto: < http://flaviahargreaves.blogspot.com/2016/08/arteterapia-em-busca-de-uma-identidade_29.html >

 [3] Dados do Ministério da Saúde – https://saude.gov.br , acessado em junho 2020

[4]  Dados do Ministério da Saúde – https://saude.gov.br , acessado em junho 2020

[5] Carl Gustav Jung - Wikiquotept.wikiquote.org › wiki › Carl_Gustav_Jung  , acessado em junho 2020

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Referências:

SPANIOL, Susan. Art Therapy with Adults with Severe Mental Illness. In: MALCHIOLDI , Cathy A., HANDBOOK OF ART THERAPY, NY, 2003

JACOBY, Mario. O Encontro Analítico. São Paulo. Ed. Cultrix, 1984.

Ministério da Saúde, Depressão: causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção. Disponível em:  https://saude.gov.br/saude-de-a-z/depressao. Acesso em: 02 de junho de 2020.

Ministério da Saúde, Prevenção do suicídio: sinais para saber e agir Disponível em:  https://saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio. Acesso em: 02 de junho de 2020.

Carl Gustav Jung - Wikiquotept.wikiquote.org › wiki › Carl_Gustav_Jung. Acesso em: 03 de junho de 2020.

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Repost de publicação de junho de 2020, publicado originalmente no blog atelie.locus.


Me conta aqui nos comentários o que pensa sobre o tema!

Caso tenha dificuldade em publicar seu comentário neste blog você poderá encaminhá-lo para o email: arteparaterapia@gmail.com que ele será publicado. 

Obrigada.


Autora convidada: Maria Cristina de Resende

Psicóloga Clínica com formação em Arteterapia e especialização em Psicologia Junguiana e Saúde da Mulher e Psicologia. Mestranda HCTE - UFRJ. 

Supervisora de prática clínica atendendo profissionais da Psicologia e Arteterapia.

Coordenadora de Grupos Terapêuticos para Mulheres.

psi.mcresende@gmail.com
@psi.mariacristinaresende




Flávia Hargreaves é arteterapeuta (AARJ 402/0508), artista e professora de artes para terapia.
Graduada em Comunicação Visual (EBA- UFRJ-1989)
Licenciatura Plena em Educação Artística - Artes Plásticas (EBA-UFRJ- 2010)
Formação em Arteterapia com Ligia Diniz (2009)

Participou como docente de História da Arte nos cursos de Formação em Arteterapia (Ligia Diniz, Baalaka e Leiza Pereira) e Artepsicoterapia (Coord. Maria Cristina Urrutigaray).
Em 2017 fundou o ateliê Locus, onde oferece cursos, ateliês livres e atendimentos em Arteterapia.
Foi colaboradora da Casa das Palmeiras (2014-2018) e Casa Verde (2009). 
Em 2021 criou o projeto Arte para Terapia oferecendo cursos online de História da Arte para Terapia. 
 

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arteparaterapia@gmail.com

Comentários

  1. 15,5% da população com depressão é um dado alarmante. Não tinha ideia de um percentual tão alto, porém dá para entender esse índice por conta da pandemia, bem como pela insegurança política. As três condições apontadas pela autora, a meu ver, devem ser aplicadas a todos pacientes, independente de terem alguma patologia. Gostei muito do texto, e fiquei com vontade de saber mais sobre a aplicação da Arteterapia em crianças com algum tipo de neuro divergência (TDAH, Autismo)

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    Respostas
    1. Sou eu , Sandra Pinto

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    2. Obrigada pelo seu comentário Sandra. Nossa saúde emocional de um modo geral vai mal. Concordo com vc sobre os 3 pontos que a autora traz se aplicam a todos. Cada profissional vai ajustá-los às especificidades do seu público.

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  2. Sonia Leal12/11/24 19:00

    Conforme ia lendo o texto, fiquei lembrando das palavras de Ana Michele Soares (a Ana Mi, autora de três livros que contam sua história como paciente oncológica): "A doença tem cópias. O ser humano é único". Ou como a dra. Ana Claudia Quintana Arantes nos diz: "A vida é e sempre será muito mais do que uma doença" Acho que esta é uma questão que precisa ser abordada em todas as áreas da Saúde. Nossa cultura trabalha mais com doenças e curas (e muita frustração quando esta cura não é possível) e muito pouco com prevenção. Muito menos ainda quando se trata de convivência com doenças crônicas, sejam físicas ou mentais (como é comum separar). Encarar o indivíduo como único, com suas características, com seus desafios e suas potências, é deixar de lado o apego a rótulos e prestar atenção, como nos propõe o texto, à pessoa que está ali à nossa frente, seja na Arteterapia ou em qualquer modalidade de atendimento terapêutico. Muito a percorrer neste caminho e, com certeza, muito a construir enquanto terapeutas e enquanto sociedade. Reflexões como esta nos ajudam a lembrar e estar atentos(as).

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